terça-feira, 24 de junho de 2008

Fizesse Silêncio

Fizesse silêncio

ao invés de dizer o que não se dá pra dizer;

Por contrários dizer o que pulsa,

entortando o sentido

que se mantem aceso na pouca brasa

que parece restar.


Fizesse silêncio

e não cantasse outras canções,

pois as melodias são feias como feio não é

o sentido que se esconde,

como se a voz fosse rouca

e o ouvido tapado.


Fizesse silêncio

e assim impedisse o rufar de um tambor

que acelera as correntes

e quase quebra as costelas

quando o sangue ainda é quente

e o passado é de guerra.


Fizesse silêncio

se soubesse que o tempo é sábio

e se por tanto não esquece

é porque se merece:

outra folha se arranca

e mais próximo se está.


Fizesse silêncio

para não arriscar ser ouvido

pois no mundo há aquele

que aguarda escondido

pra saber meio torto

do que resta sentido.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito profundo, você está bem? Tá acabando mais uma temporada, né?
Saudadona de você e das hitórias do sapinho em Guareí Véio!
Tenho muito orgulho de você!
Parabéns pelas suas conquistas!
Angélica.